Ações envolverão, no total, 41 cidades do Tocantins e serão auxiliadas por suas Secretarias de Turismo municipais e pelo SITUR (Sistema de Inteligência Turística).

No próximo dia 17/01, Tocantinópolis recebe a equipe de pesquisadores da ABET (Agência Brasileira de Engenharia Turística) para o início dos trabalhos de campo na cidade, com foco no levantamento do Inventário da Oferta Turística para mapear o que o município tem a oferecer aos visitantes. A pesquisa está sendo realizada em duas etapas, sendo a primeira por telefone (já em andamento) e a segunda focada no trabalho presencial, em que os pesquisadores visitarão os estabelecimentos turísticos da cidade. 

O turismo é uma das atividades mais importantes para o desenvolvimento local em virtude de seu papel relevante em questões econômicas e sociais e, nesse caso, tem as comunidades que ali residem como principais beneficiárias das atividades turísticas em questão, contribuindo para a reestruturação e crescimento de comércios, propagando a cultura local e, claro, melhorando a qualidade de vida da população. 

De acordo com o responsável técnico pelo projeto e diretor-executivo da ABET, Dener Fonseca, “o SITUR tem, hoje, o maior banco de dados do turismo brasileiro. Para essas cidades em que vamos trabalhar, por exemplo, já temos mais de 80% da oferta turística mapeada. Com as visitas presenciais dos pesquisadores, vamos validar, por exemplo, se os negócios turísticos continuam ativos ou não. Um resultado natural que acontece com a implantação do Sistema é o aumento do interesse de gestores e moradores nas questões que estão sendo discutidas, uma vez que eles passam a entender a importância disso para se beneficiarem das políticas públicas em prol do turismo oferecidas pela administração municipal."

Nessa fase, outras nove cidades também estão sendo contempladas pelo projeto: Araguaína, Araguatins, Colinas do Tocantins, Filadélfia, Lizarda, Pau Darco, São Bento do Tocantins, Tocantínia e Wanderlândia.

Terra de água doce e babaçu

A visão panorâmica que a cidade tem do Rio Tocantinópolis por si só já é um cartão-postal. É daí também que seu antigo nome, Boa Vista do Tocantins (ou o popular Boa Vista do Padre João), foi inspirado.

Terra fértil desde sua ocupação, lá por volta de 1818, o babaçu também faz parte da identidade da cidade. Dele se aproveita tudo: das folhas que resultam em armação de cobertas para casa ao rico artesanato fruto de suas fibras. Dessa palmeira também se extrai o palmito e uma seiva que ajuda na produção de vinho. Suas amêndoas geram um leite vegetal altamente nutritivo e o óleo de coco de babaçu é usado amplamente nas indústrias cosmética, alimentícia, de sabões, detergentes e lubrificantes, além de alimentar as comunidades locais – a extração dessas matérias-primas é feita, ainda hoje, de forma artesanal pelas “quebradeiras de coco”, um resgate importante da cultura e das tradições dos povos locais. Outros produtos, como carvão, etanol, metanol e gases combustíveis também fazem parte da cadeia produtiva do babaçu e fortalecem as economias nas regiões onde ele se encontra. Na marcenaria, seu estipe é bem apreciado. Aliás, a fartura de madeiras ideais para a fabricação de móveis despertou o interesse de muitos bandeirantes no século XIX e, assim, a cidade começou a se formar nos moldes que conhecemos atualmente.

Hoje, Tocantinópolis é uma cidade que equilibra bem sua religiosidade com suas belezas naturais e sua urbanização efervescente.

Para o coordenador de Cultura e Turismo do município, Jocelino Nunes da Silva, “nossa cidade tem muito potencial turístico, mas precisamos de mais investimentos dos governos estadual e federal, além da iniciativa privada, para que o setor prospere e se mantenha. Nossa população, por exemplo, se envolve muito com ações relacionadas ao turismo e fica esperando pela alta temporada, em que pode desfrutar das nossas praias entre julho e agosto, além dos demais eventos, como o réveillon, o Carnaval, nossa famosa e tradicional Festa Junina – que dura duas semanas e consideramos que uma das maiores do estado em dias – e os festejos religiosos em homenagem à padroeira da cidade. Já temos iniciativas importantes em curso, que fazem parte do calendário oficial do município, e queremos propor muitas outras para fomentar o desenvolvimento das atividades também em outras épocas do ano, valorizando, inclusive, nossos balneários e as mais de 20 aldeias indígenas que temos em Tocantinópolis. Essas aldeias são parte importante da história da cidade e será fundamental incluí-las nesse trabalho que está sendo feito em conjunto com o Sebrae-TO e a ABET. Estamos com a expectativa lá em cima, pois acreditamos que o projeto será muito benéfico para o município e tenho certeza de que as comunidades e o trade turístico também o abraçarão à medida que verem as ações tomando forma”.